26/06/2019
Taxação de impostos chega a 35% nos produtos da época
Marineves da Silva Barros Souza, da ACE de Pompeia, alerta para a tributação elevados dos produtos desta época do ano
As festas juninas não são consideradas nesta época apelo forte para o varejo em geral, porém, muitas lojas elevam as vendas com produtos procurados neste período, que este ano alguns produtos chegam a ter 35% do preço somente com impostos. “Quem for festejar o São João com um novo “look” completo pagará mais, por causa dos impostos sobre o preço final das roupas”, disse a coordenadora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Pompeia, Marineves da Silva Barros Souza, ao verificar a tabela divulgada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que encomendou estudo neste sentido, apontando que um figurino com calça jeans (R$ 100), bota (R$ 200), camisa xadrez (R$ 80) e chapéu de palha (R$ 20), totalizando R$ 400, o consumidor paga R$ 139,40 só de tributos. “Sem a carga tributária o “look” custaria R$ 260,60”, contabilizou a dirigente que é do ramo de confecção.
Os quitutes juninos também são recheados de impostos, como amendoim, cocada, pé de moleque e paçoca, todos com 36,54% de carga tributária. Já 61,56% do quentão é puro imposto, enquanto o vinho nacional para fazer vinho quente tem alíquota de 54,73%. “Impressionam as tributações de produtos típicos do arraial; algumas passam de 60%, como fogos de artifício”, pontuou o presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alfredo Cotait. “Já entre os produtos menos tributados estão alguns alimentos, em que praticamente não incide IPI e o ICMS é baixo”, mostrou o dirigente paulistano que também está como presidente da Associação Comercial de São Paulo. “Cachorro quente, cuscuz, arroz doce e maçã do amor têm 15,28% de impostos”, acrescentou.
Diante dessa quantidade de impostos existente, Alfredo Cotait, ressalta que já existem projetos de simplificação e unificação de impostos no Congresso, mas que é preciso criar meios de reduzir a carga tributária brasileira de forma mais direta e objetiva. “E isso só é possível com a aprovação da reforma da Previdência, que é o primeiro passo para a equilíbrio fiscal”, destacou o dirigente paulistano que está liderando uma campanha estadual neste sentido, envolvendo todas as 420 associações comerciais paulistas, diante da campanha com o tema: “Sim a Reforma. Eu apoio”, quando pede para que todas as associações comerciais do estado pressionem os Deputados Federais em favor da aprovação.
Para a dirigente de Pompeia é lamentável que o consumidor seja prejudicado neste sentido. “Muita gente olha para o comerciante com desdém, achando que é ele quem coloca o preço alto nos produtos”, lamentou a dirigente pompeiana, que esteve como presidente da associação comercial local durante uma gestão. “Quem mais ganha no preço final de cada produto é o Governo”, disse ao apontar na tributação o maior culpado pelos preços elevados dos produtos, principalmente os mais procurados nesta época do ano. “Depois da Reforma Previdenciária será preciso realizar uma ampla Reforma Tributária”, defendeu a dirigente que considera importante o debate neste sentido, principalmente com a unificação de impostos e a queda de alíquotas em outros, que estão estrangulando o empresariado em geral. “Ficamos seis meses do ano somente trabalhando para pagar impostos”, comparou Marineves da Silva Barros Souza ao fazer o alerta dos produtos para as festas juninas.